quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Trabalhos não tão valorizados assim

Outro dia conversei com uma senhora que trabalha em feira de artesanato. E na confiança ela me mostrou quanto tem ganhado: só no dia primeiro de janeiro, 400 reais. E isso porque já houve anos em que ela ganhou 800 reais num único dia de temporada alta...

Em suma: nos primeiros quatro dias do ano, ganhou mais de 1000 reais. Na boa, quantos trabalhadores assalariados não conhecemos que ganham menos do que isso num mês inteiro de trabalho?

A mesma coisa quando ela falou sobre um conhecido seu que largou a docência (dar aulas) para vender lingerie. Ele ganha mais com essa tenda (isso mesmo, tenda; não é loja) de lingerie do que quando dava aulas: cerca de 2000 reais líquidos por mês.

E pra vender lingerie não precisa de faculdade, não precisa aturar falta de educação do filho dos outros... e dependendo do movimento, menos horas de trabalho são necessárias.

Moral da história: a satisfação plena parece estar justamente fora desse "mercado de trabalho", estressande e estafante, que conhecemos como "mainstream" das atividades financeiras. Orra! Na verdade ser um trabalhador assalariado, mesmo nos dias de hoje, com os direitos todos, ainda equivale àquela frase que postei aqui outro dia: "Os escravos servirão".

Por isso que estou pensando seriamente em ser autônoma neste ano...

2 comentários:

Abuveopzi disse...

"Ninguém fica rico trabalhando para os outros" (salvo algumas poucas áreas)...
O pior é que existem pessoas que até enxergam isso, tem idéias que podem dar certo, mas pela "segurança" da carteira assinada ficam ganhando um salário que não dá nem para as despesas básicas mensais.
Muitos falam em trabalhar em grandes empresas, onde o salário tende à ser um pouco melhor, contudo creio que se essas empresas cresceram tanto é porque o salário de seus funcionários é bem menor do que o capital que eles geram.
Dando um exemplo de sala de aula de 1ª a 4ª série do ensino fundamental... Geralmente é 1 professora por turma, onde acontece de ter 25/30 alunos pagando bem, e o salário dela as vezes não é nem 10% do que o colégio ganha com as turmas para quem ela dá aulas. É claro, o colégio tem gastos, paga impostos, mas ainda sim, quem fica dando aula o dia todo e aturando alunos bagunceiros é a professora. Quem tem que estudar, fazer plano de aula, etc, é a professora...
Isso faz a frase que você usou "Os escravos servirão" poder ser usada muito bem neste caso, apesar de ser tirada do Liber Al Vel Legis...
Na área de informática acontece um fenômeno interessante. Quanto mais você ficar "com as mãos no PC", menos você ganha.
Eu explico... Um programador junior é o programador com o menor salário, porém o que mais trabalha, ficando digitando códigos como um louco. Já o analista de sistema, que irá estar observando o funcionamento do programa e traçando caminhos para os programadores seguirem, vai ganhar muito mais, ainda que não fique digitando códigos e pensando em algorítimos eficientes...
Isso não é exclusivo da informática. Temos na Engenharia o exemplo do Engenheiro e do Pedreiro. Temos na confecção de toalhas bordadas o exemplo das costureiras/bordadeiras e das pessoas que compram delas e revendem por pelo menos 10 vezes o preço que pagaram para as costureiras. E por ai vai, são N exemplos...
O melhor à se fazer é juntar grana (já que fazer empréstimos geralmente é roubada) e abrir um negócio, ainda que pequeno, mas já com metas de expansão... E o mais importante, NUNCA tirar da empresa todo o lucro líquido. É preciso guardar parte do lucro líquido para o chamado "Capital de Giro" e guardar outra parte para estar futuramente usando em expansão/reforma/modernização...
Claro que de início é complicado não usar todo o lucro líquido fora da empresa, como pessoa física, contudo é preciso começar a guardar fundos para a empresa o quanto antes, logo ao abrir a empresa já devemos ter em mente essa necessidade...
9 em cada 10 empresas que abrem fecham as portas em 1 ano, segundo o SEBRAE. Sei que o motivo dessas falências são diversos, contudo falta de planejamento e gastar todo o lucro líquido fora da empresa com certeza esteve presente na maioria dos casos...
Por isso, seja lá qual for a área que escolher atuar, pense em tudo isso, ainda que seja autônoma, você não deixará de ter uma "empresa", e se não pensar em seu negócio dessa forma, ou não irá crescer, ou pior, irá falir...

PS: Caso começe à trabalhar por conta própria, desejo sucesso e ótimas oportunidades de crescimento do seu negócio...

Pandora Lynn disse...

Pois é... mas eu mesma já faço isso, como assalariada... nada de gastar mais do que posso, ou gastar até o limite! xD

Penso que devemos sim arriscar. Afinal, quem não arrisca... não petisca!

Abraços!