quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Trabalhos não tão valorizados assim

Outro dia conversei com uma senhora que trabalha em feira de artesanato. E na confiança ela me mostrou quanto tem ganhado: só no dia primeiro de janeiro, 400 reais. E isso porque já houve anos em que ela ganhou 800 reais num único dia de temporada alta...

Em suma: nos primeiros quatro dias do ano, ganhou mais de 1000 reais. Na boa, quantos trabalhadores assalariados não conhecemos que ganham menos do que isso num mês inteiro de trabalho?

A mesma coisa quando ela falou sobre um conhecido seu que largou a docência (dar aulas) para vender lingerie. Ele ganha mais com essa tenda (isso mesmo, tenda; não é loja) de lingerie do que quando dava aulas: cerca de 2000 reais líquidos por mês.

E pra vender lingerie não precisa de faculdade, não precisa aturar falta de educação do filho dos outros... e dependendo do movimento, menos horas de trabalho são necessárias.

Moral da história: a satisfação plena parece estar justamente fora desse "mercado de trabalho", estressande e estafante, que conhecemos como "mainstream" das atividades financeiras. Orra! Na verdade ser um trabalhador assalariado, mesmo nos dias de hoje, com os direitos todos, ainda equivale àquela frase que postei aqui outro dia: "Os escravos servirão".

Por isso que estou pensando seriamente em ser autônoma neste ano...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Rio 40 graus...

...cidade-maravilha purgatório da beleza e do caos.

Pois é, sem querer usar bordão dos outros e já usando: é isso mesmo que o Rio de Janeiro é. Ao menos em minha viagem foi isso que pude constatar.

Bem, assim que cheguei ao Rio senti uma atmosfera hostil. Talvez tenha sido a impressão que uma cidade completamente nova, e eu completamente sozinha, tenha me causado. No entanto, sei lá... até os próprios cariocas (não todos; alguns) falam toda hora em tiroteio, bala perdida e o famoso "microondas" (método de tortura usado pelos traficantes para queimar vivos os que lhes devem ou ameaçam). Poxa... e a cidade é muito bonita.

É sério, a praia da minha cidade não é tão bonita quanto as do Rio. Há muita coisa histórica, formada... e que de repente parece estar sendo engolida pelo tráfico e pela violência.

Voltei inteira do Rio. Não fui assaltada. Não fui abordada por mais do que mendigos pedindo um real. Mas a cidade não deixa de ter um ar de "medo". Medo pelo medo em si.

Caracas, será que precisava ser assim?!